domingo, 18 de janeiro de 2015

Depois que eles crescem





Quando o futuro
chegar à independência,
e o lar paterno
não for mais sua residência,
a solidão será a eterna companhia,
e o silêncio reinará em minha vida.

Não mais ouvirei
conversas ao redor da mesa
farta do pão e da água benfazeja,
pois, para mim,
a alegria verdadeira
não tem nenhuma relação com a cerveja.

Não mais gargalhadas
sem qualquer compromisso,
conversa séria,
às vezes, ao pé do ouvido,
ou a certeza de um ombro amigo.

Serei do tempo
fiel e eterno escravo.
Deixarei ao vento
palavras e um sorriso raro.
E o meu lamento...
é um vazio que no peito trago.


8 comentários:

  1. Ei Fatinha, que situação difícil de entender é a tal da velhice. Nos tornam frágeis, dependentes, e na maioria das vezes incompreensiveis. É chegada a hora de nos preparar para aceitar e viver melhor com os velhos e tb nosso próprio envelhecimento. Bj

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    1. Sem dúvida, querida prima. E esse papel você cumpre muito bem. Obrigada pela leitura. Beijos a todos.

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  2. Muito bonito, apesar de triste.
    Acho que a velhice é boa quando construída na juventude e na vida adulta.
    Beijos,

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    1. Isso, Lucas. Mas não podemos negar que há muitos idosos abandonados pelos filhos... Beijos

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  3. Talvez um dos pontos reside na preparação dos filhos para a nossa velhice, mas sem deixar de esquecer que pais que plantaram a ausência, provavelmente a colherão!

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  4. Ah, isso é verdadeiro, Guga! Muitos pais, ausentes durante a infância dos filhos, sem tempo para eles, etc, não poderão reclamar, no futuro, desse abandono.

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  5. Acho isso tão triste... Passo por dois asilos a caminho do trabalho e sempre me deprimo com isso.

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  6. Lembrei-me da propaganda que fizeram com outro lindo poema..declarado pelo Zezé de Camargo. O seu é tão lindo quando e ao estilo e à altura do "Antes que eles cresçam". Que saibamos, quando o tempo vier, sermos pacientes e desfrutar da companhia e carinho dos mais velhos! Lindo!

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