domingo, 18 de janeiro de 2015

Depois que eles crescem





Quando o futuro
chegar à independência,
e o lar paterno
não for mais sua residência,
a solidão será a eterna companhia,
e o silêncio reinará em minha vida.

Não mais ouvirei
conversas ao redor da mesa
farta do pão e da água benfazeja,
pois, para mim,
a alegria verdadeira
não tem nenhuma relação com a cerveja.

Não mais gargalhadas
sem qualquer compromisso,
conversa séria,
às vezes, ao pé do ouvido,
ou a certeza de um ombro amigo.

Serei do tempo
fiel e eterno escravo.
Deixarei ao vento
palavras e um sorriso raro.
E o meu lamento...
é um vazio que no peito trago.