Conta uma lenda que certo príncipe, já em idade madura,
decidiu escolher aquela que tomaria por esposa. Para tanto, resolveu convidar
todas as moças que habitavam as redondezas do palácio.
Uma
jovem e humilde camponesa manifestou a sua mãe a vontade de participar do
grande evento. A mãe, ciente da sua condição, tentou convencer à filha da
inutilidade da sua presença, uma vez que não dispunham de posses para que o
príncipe a escolhesse. A filha, grande admiradora do rapaz, disse-lhe que
apenas queria assistir ao evento, podendo assim, estar mais próxima do
príncipe.
Chega
o grande dia e o príncipe, por intermédio dos seus súditos, distribuiu a cada
jovem um pequeno vaso cheio de terra, e exclamou:
–
Será minha esposa aquela que regar e cuidar da semente que está aí plantada. Ao
final de dois meses, a jovem que me trouxer a flor mais linda será minha eterna
companheira!
A
humilde donzela partiu e passou, então, sagradamente, a cuidar do seu vaso.
Todas as manhãs, regava-o e cantava-lhe suaves canções, pois acreditava que as
plantas adoravam música.
Para
sua decepção, e embora com toda a sua dedicação, a terra do vaso manteve-se
intacta. Nada brotava da sua umidade.
Vencido
o prazo estabelecido pelo príncipe, eis que todas as jovens retornaram ao
palácio para apresentar o resultado obtido.
Apesar
de todo o esforço da jovem camponesa, nem sequer uma folha brotou do seu
vasinho, mas mesmo assim a jovem insistia com a mãe a deixá-la ir até o
palácio, para ao menos devolver o vaso que pertencia ao príncipe.
Lá
chegando, deparou-se com lindas flores nos vasos das concorrentes. Eram tão
belas que achava difícil o príncipe fazer a escolha.
Qual
não foi sua surpresa quando o príncipe a chamou para perto de si e disse-lhe
que era a escolhida.
Em
vista ao espanto de todos os presentes, o príncipe justificou:
_
Você foi a escolhida pela grande honestidade demonstrada, pois todas as
sementes plantadas nos vasos eram estéreis, logo, todas estas flores não foram
originadas das sementes que plantei.
Senhor presidente, senadores, ministros e políticos, nós, o povo, não queremos grandes
obras para embelezar nossas cidades à custa de falcatruas e corrupção. Queremos,
sim, um País sem misérias, sem fome, sem frio, com moradia e assistência médica
dignas.
Queremos,
sobretudo, que governem tendo por princípio a honestidade, pois assim sendo,
saberemos que, finalmente, a justiça e a prosperidade alardearão esta tão
sofrida Nação; e que, ao final da gestão de V.Sas., nos seja devolvido um país
decente de se viver!